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No Pantanal de Mato Grosso do Sul, uma mamãe cachorro-do-mato aproveitou um buraco abandonado por um tatu-canastra para deixar os filhotes durante o dia. Essa cena emocionante foi registrada pelas câmeras do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), do Projeto Tatu-canastra.
O ICAS utiliza armadilhas fotográficas para estudar e monitorar a vida selvagem da região. Essas câmeras são camufladas na natureza e acionadas remotamente por um sensor de movimento ou sensor infravermelho.
No primeiro vídeo, é possível ver a fêmea do cachorro-do-mato lutando contra a rebeldia dos quatro filhotes para escondê-los na "creche do tatu". Horas mais tarde, já de noite, as câmeras também registraram o momento em que a mamãe retorna para alimentar seus bebês.
Essa estratégia de utilizar tocas abandonadas pelos tatus-canastra é comum entre várias espécies da região. Existem diversos motivos pelos quais esses animais se beneficiam dessas tocas:
Refúgio térmico:
As tocas mantêm uma temperatura constante de 24ºC, tornando-se um local ideal para animais que buscam se proteger do frio ou do calor.
Recurso de alimentação:
Ao cavar a toca, a terra remexida pelo tatu faz com que muitos insetos surjam até a superfície, tornando-se petiscos saborosos para a alimentação de várias espécies.
Esconderijo:
Os buracos profundos são ótimos abrigos para espécies menores descansarem e se protegerem de possíveis predadores, como é o caso dos cachorros-do-mato.
O ICAS já registrou mais de 70 espécies utilizando as tocas do tatu-canastra, além dos cachorros-do-mato. Essa interação entre as espécies é fundamental para o equilíbrio do ecossistema da região.
O tatu-canastra, apesar de ser uma espécie solitária, recebeu o apelido de "engenheiro do ecossistema" por construir abrigos para outros animais, desempenhando um papel importante para o todo o ecossistema do Pantanal de Mato Grosso do Sul.
A preservação dessas espécies, como o tatu-canastra, é essencial para garantir a manutenção da biodiversidade e a sobrevivência de outras espécies dependentes desses abrigos naturais.
Confira abaixo um registro do tatu-canastra:
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