Os estragos causados pela chuva em Mogi das Cruzes
A terça-feira (9) foi um dia de muito trabalho para os moradores do Jardim Planalto em Mogi das Cruzes. A forte chuva que caiu na cidade na segunda-feira (8) castigou várias casas do bairro. A Defesa Civil do Estado de São Paulo informou que o acumulado de chuva em Mogi foi de 97mm.
Morador do bairro há 30 anos, o pedreiro Nilson Batista da Silva teve a casa destelhada por conta dos ventos que acompanharam a tempestade. "Vento muito forte, de outra casa voou telhas. Sofá, cama, colchão, roupa de cama, muita coisa molhou porque destelhou. Entrou água também porque o rio transbordou. O rio é pequeno e não dá vazão. A água subiu e a cama do quarto molhou tudo", explica Silva. Ele mora na Rua Doutor José Juca Assi e nesta terça-feira trabalha para tentar refazer o telhado da casa.
A cozinheira Gilmara Batista Brito Silva, mais conhecida como Mara, também teve prejuízos em sua casa, que funciona como um projeto social para ajudar crianças no contraturno escolar. "Encheu tudo de água. Na escola perdeu livros, material, carteiras e cadeiras molharam tudo e vamos ver se vai inchar. Ganhamos a pouco tempo", afirma Mara. Ela destaca que em um curto espaço de tempo caiu muita água no bairro. "Ontem tudo contribuiu, vento forte, casas aqui em cima, árvore caiu, rachou muro, árvore pegando fogo com fiação, ventania foi muito forte." Mara não foi trabalhar nesta terça-feira para limpar a casa.
De acordo com a Defesa Civil do Estado, nas últimas 24 horas foram registrados acumulados de chuva que variaram de 97mm a 10mm, com destaque para o município de Mogi das Cruzes com 97mm. A Defesa Civil detalhou que em Mogi das Cruzes, por volta das 16h20, uma forte chuva, acompanhada de rajadas de ventos, atingiu a região causando pontos de alagamentos nos bairros Jardim Paulista, Oropó, Parque Olímpico e Jardim Esperança, todos já voltaram à normalidade.
No bairro Oropó, uma residência foi invadida pela água, resultando em três pessoas desalojadas que foram encaminhadas para casa de parentes. O Córrego dos Canudos, localizado na Avenida Manoel Bezerra de Lima Filho, bairro Socorro, transbordou, ocasionando a inviabilidade temporária do tráfego de veículos e pedestres. O mesmo já está retornando à normalidade.
O Santuário Nossa Senhora Desatadora dos Nós, no distrito de Jundiapeba, teve a estrutura metálica destruída, enquanto ruas da cidade ficaram alagadas e árvores caíram na segunda-feira.
A igreja, que fica na Avenida das Orquídeas, teve a cobertura levada pelo vento e a armação caiu em cima das cadeiras. O espaço destruído é o local onde acontecem as missas que são acompanhadas por milhares de fiéis.
Os alagamentos foram registrados em diferentes ruas e bairros. Na avenida Júlio Simões, na Vila Paulista, o córrego dos Canudos transbordou e levou água para as vias do entorno. O problema, segundo moradores, é recorrente.
A rua Tenente Manoel Alves, no Centro de Mogi, também ficou cheia de água nas proximidades da Praça da Bandeira, conhecida também como Praça da Bíblia. O José Elias fez imagens da situação e disse que o problema de alagamento no local também é antigo. Além disso, ele reclamou porque a sirene de emergência não foi acionada.
Ainda na região central, a rua Brás Cubas e as vias do entorno também foram tomadas pela água. Carros ficaram presos no alagamento e ninguém conseguia sair das casas e comércios devido à altura do nível da água.
A rua Tailândia, no Jardim Santos Dumont III, também teve alagamento, carros presos na enchente e o bairro teve casas alagadas.
Outro córrego da cidade transbordou, este na rua Salvador Leite Ferraz, no Mogi Moderno. A água entrou nas casas e em uma oficina mecânica e, segundo moradores, o problema também é recorrente.
Já as quedas de árvore foram registradas na avenida Francisco Ferreira Lopes, na altura do número 2.880, em Brás Cubas, na rua Faveiro, no Jardim Planalto e na rua Raimundo Glicério Augusto, no Parque São Martinho.
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