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Executiva relata constrangimento em aeroporto após funcionárias pedirem que ela retirasse prótese

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A mulher com deficiência que teve que mostrar a sua prótese no raio-X do aeroporto

Recentemente, a executiva Gabriela Torquato Fernandez denunciou nas redes sociais um constrangimento que sofreu no Aeroporto Presidente João Suassuna, em Campina Grande, coordenado pela empresa Aena Brasil. O caso ocorreu no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, quando os funcionários do aeroporto solicitaram que ela retirasse sua prótese de perna e bacia durante a inspeção de segurança. Essa situação levanta questões sobre a sensibilidade e o respeito no tratamento das pessoas com deficiência nos aeroportos.

A situação constrangedora

Segundo Gabriela, ela estava passando pela vistoria do aeroporto, que é padrão, com avaliação de metal no corpo e verificação de toque por uma profissional. No entanto, a funcionária do aeroporto estranhou sua prótese, por ser diferente das comuns. Gabriela tem uma condição chamada hemipelvectomia, na qual ela não possui os ossos do lado esquerdo da bacia. Sua prótese se prende ao seio e amarra em todo o tronco.

A funcionária solicitou ver a prótese para entendê-la, e Gabriela sugeriu levantar a blusa para que ela pudesse verificar. No entanto, a colaboradora do aeroporto se recusou e disse que Gabriela deveria ir para uma sala reservada e passar a prótese no raio-X. Após muita discussão e o envolvimento da supervisora, Gabriela finalmente aceitou ir para a sala. No entanto, ela ressalta que as profissionais pareciam inseguras e não sabiam como proceder.

Essa foi a primeira vez que Gabriela foi solicitada a realizar esse procedimento no Brasil. Em outra ocasião, ela passou pela mesma situação na Etiópia, mas devido à dificuldade de comunicação, ela acabou cedendo sem questionar. Gabriela reforça que compreende a necessidade dos padrões de segurança, mas acredita que esse não é o procedimento padrão seguido em outras viagens.

A ignorância sobre a deficiência

O fato de Gabriela ter que mostrar sua prótese no raio-X evidencia um problema maior: a falta de conhecimento e sensibilização dos funcionários dos aeroportos em relação às deficiências. Embora seja compreensível que a segurança seja uma prioridade, é essencial que haja treinamento adequado para lidar com diferentes tipos de deficiência e situações pontuais.

Gabriela menciona que formalizou uma denúncia no site da empresa responsável pelo aeroporto, mas só recebeu uma resposta através da imprensa. Ela ainda está avaliando se deve levar o caso para a Justiça e como proceder. No entanto, ela destaca que não deseja que as profissionais sejam demitidas, mas sim que a empresa se responsabilize pelo incidente e promova mudanças nos procedimentos, garantindo um melhor nível de preparo para seus funcionários.

A responsabilidade da empresa

A Aena Brasil, empresa responsável pela coordenação do Aeroporto Presidente João Suassuna, divulgou uma nota lamentando o atendimento realizado no aeroporto e pedindo desculpas a Gabriela Torquato. Segundo a empresa, embora a inspeção tenha acusado a presença de metal no corpo da passageira, a profissional presente no momento poderia ter solicitado a liberação do embarque à Polícia Federal, evitando assim o constrangimento enfrentado por Gabriela.

Esse incidente serve como um alerta para a necessidade de treinamentos abrangentes e efetivos para os funcionários dos aeroportos, visando garantir que todas as pessoas, independentemente de suas deficiências, sejam tratadas com respeito e dignidade. A falta de conhecimento e sensibilização só perpetua estereótipos e preconceitos, contribuindo para a exclusão e discriminação das pessoas com deficiência.

Ações corretivas devem ser tomadas pela empresa para prevenir futuros incidentes semelhantes e garantir que todos os passageiros com deficiência possam viajar sem constrangimentos ou discriminação. É essencial que as empresas responsáveis pelos aeroportos assumam a responsabilidade pela cultura inclusiva e garantam que todos os seus funcionários estejam devidamente capacitados para lidar com situações envolvendo pessoas com deficiência. Somente assim conseguiremos criar um ambiente mais inclusivo e igualitário.

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