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Entenda divisão de funções em grupos especializados em roubo a caminhões e cargas

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A Polícia Federal desarticula quadrilha especializada em roubo de cargas e sequestros de motoristas

A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) realizou, nesta quinta-feira (14), uma operação para desarticular uma quadrilha especializada em roubo de cargas, caminhões e sequestros de motoristas em MG e SP. A ação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), e da Polícia Militar por meio do 1º Batalhão de Polícia de Choque (Rota).

Como a quadrilha atuava?

De acordo com o delegado-chefe da PF em Campinas, Edson Geraldo de Souza, a quadrilha tinha funções separadas para cada participante. Os crimes eram planejados com cuidado para garantir o sucesso das ações. As principais funções desempenhadas pelos integrantes eram:

  • Observar caminhões que seriam alvos de roubo
  • Fazer a abordagem às vítimas
  • Cuidar do cativeiro dos motoristas sequestrados
  • Dirigir os caminhões roubados
  • Dar destinação aos veículos e cargas roubadas

Violência e exigência de resgate

Além dos roubos de cargas e caminhões, a quadrilha agia com violência e exigia valores altos às famílias para liberar as vítimas. Um vídeo obtido pela EPTV, afiliada da TV Globo, mostra um momento em que um caminhoneiro e sua esposa, feitos reféns, enviam uma mensagem ao filho pedindo que eles "fizessem tudo o que fosse pedido".

A operação policial

Foram cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara da Justiça Estadual de Valinhos (SP). A ação teve o apoio do 1º Batalhão de Polícia de Choque (Rota), que atuou em Osasco (SP) e São Paulo (SP). Até a publicação deste artigo, 11 dos 15 mandados de prisão foram cumpridos. Quatro suspeitos estão foragidos. Durante a operação, um suspeito morreu baleado ao oferecer resistência e apontar uma arma aos policiais.

Modus operandi da quadrilha

A investigação da Polícia Federal identificou que a quadrilha agia de maneira organizada, utilizando mulheres como isca para atrair motoristas de outros estados por meio de serviços de fretes oferecidos por aplicativos de celular. As mulheres se passavam por funcionárias de empresas interessadas em contratar fretes e marcavam pontos de encontro com os motoristas. Após o encontro, as vítimas eram rendidas, sequestradas e levadas para cativeiros em uma favela de Osasco ou em matagais próximos aos locais dos roubos.

Os motoristas sequestrados eram amarrados e ameaçados de morte por até 20 horas. Enquanto os sequestradores roubavam as cargas e os caminhões, eles também realizavam saques e transferências bancárias, além de enviar vídeos das vítimas às suas famílias, exigindo altos valores para o resgate.

Outros casos relacionados

A Polícia Federal também identificou a ligação dos investigados com outros dez roubos de caminhões ocorridos recentemente. Entre as cidades afetadas estão Itapecerica da Serra (SP), São Paulo, Osasco, São Gonçalo do Sapucaí (MG) e Jundiaí (SP).

A operação "Aboiz"

A operação da Polícia Federal responsável por desarticular essa quadrilha recebeu o nome de "Aboiz", que significa "armadilha". Desde a criação de um núcleo especializado em roubos de carga em Campinas, foram efetuadas 145 prisões e recuperados veículos que totalizam R$ 7,5 milhões em valores. As prisões e apreensões realizadas nesta operação em questão não estão inclusas nesse número.

No total, aproximadamente 100 policiais federais e mais 100 policiais militares participaram dessa ação. Os integrantes da quadrilha serão indiciados pelos crimes de associação criminosa, roubo, furto e extorsão mediante sequestro, podendo enfrentar penas de até 30 anos de prisão.

Essa operação demonstra o empenho da Polícia Federal em combater o crime organizado e proteger a segurança dos motoristas e a integridade das mercadorias transportadas.

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