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Análise: Justiceiros têm viés racial e foi assim que nasceram milícias

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Justiceiros no Rio de Janeiro: A Racialização das Milícias

No presente artigo, analisaremos o viés racial dos justiceiros que estão atuando no Rio de Janeiro, e como esse fenômeno contribui para o surgimento e fortalecimento das milícias na região. A partir das opiniões do apresentador e empresário Ad Junior, discutiremos a criminalidade crescente no estado e a forma como grupos de extermínio nascem como resposta a esse contexto. Abordaremos também a visão histórica de que pessoas negras são mais propensas a cometerem crimes, e como isso influencia a percepção social desses grupos de justiça.

O aumento da criminalidade e o surgimento dos grupos de justiça

Ad Junior aponta que o atual cenário no Rio de Janeiro é marcado pelo crescimento alarmante da criminalidade, especialmente em bairros como Copacabana. O apresentador destaca, no entanto, que esse tipo de movimento já ocorreu em décadas anteriores, resultando até mesmo no surgimento das milícias. A mobilização desses grupos está intrinsecamente relacionada ao aumento dos índices de criminalidade, e eles se sentem compelidos a tomar medidas extremas para fazer justiça.

As milícias como resultado da violência e do crime

No Brasil, as milícias surgiram como uma resposta à violência exacerbada e à impunidade persistente. Ao longo dos anos, essas organizações ilegais se afirmaram como uma alternativa ao Estado, promovendo uma forma deturpada de combate ao crime. Ad Junior salienta que as milícias têm surgido em várias ocasiões, como nas décadas de 1960, 1990 e até mesmo em 2015. Embora compreensível em contexto de violência, a atuação desses grupos é, em si mesma, um crime segundo o Código Penal brasileiro.

A visão histórica da criminalidade racializada

Ad Junior também destaca a visão histórica do Brasil, que associa pessoas negras a comportamentos criminosos. Ele menciona as políticas eugênicas e a ideia de "bandido nato", que permearam o país principalmente nos séculos XIX e XX. Essa visão sociológica, enraizada na sociedade brasileira por muitos anos, contribui para que grupos de extermínio e justiceiros enxerguem indivíduos negros como potenciais ameaças à segurança.

A necessidade de se repensar a justiça pelas próprias mãos

Em uma sociedade democrática, é fundamental que a justiça seja aplicada dentro dos limites da lei, e não nas mãos de justiceiros. A atuação desses grupos, embora posa oferecer uma resposta rápida à violência, é marcada pela ausência de critérios e pela racialização das vítimas. Ad Junior ressalta que é necessário refletir sobre a legitimidade e os riscos dessa abordagem, para que não se perpetue um sistema de justiça paralelo e desigual.

No contexto atual do Rio de Janeiro, é evidente que a atuação dos justiceiros tem um viés racial, que reflete uma visão estigmatizada dos afrodescendentes. É fundamental reconhecer e combater essa faceta do problema, a fim de promover o respeito aos direitos humanos e construir uma sociedade mais justa e igualitária. A violência não justifica a violação da lei, e é necessário repensar formas mais efetivas e legítimas de combate ao crime.

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