O aumento das fiscalizações do Ibama para combater o tráfico ilegal de animais e plantas nos aeroportos brasileiros
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) intensificou as fiscalizações para combater o comércio ilegal de animais e plantas que entram e que saem dos aeroportos brasileiros. Recentemente, uma imagem feita pelo raio x do Aeroporto Internacional de São Paulo chamou a atenção dos agentes do Ibama, levando à descoberta de uma mala repleta de espécies ameaçadas de extinção.
Ao abrir a bagagem suspeita, os agentes encontraram a cabeça de um macaco do gênero dos babuínos, que está ameaçado de extinção. Além disso, foram encontrados 40 roedores empalados, utilizados como iguaria, e 4 crânios de aves. Esses objetos foram confiscados pelos agentes e o passageiro responsável foi multado em R$ 100 mil e encaminhado ao Ministério Público para abertura de inquérito de investigação.
O comércio ilegal de animais e plantas é uma prática cruel que ameaça a sobrevivência de diversas espécies em extinção. Por exemplo, cápsulas de bile retirada do fígado de ursos negros do Tibet, vendidas como remédio, são resultado dessa crueldade. Durante as ações de fiscalização, o Ibama tem utilizado aparelhos de raio x e a experiência de seus agentes para identificar e apreender animais e plantas ilegais, seja nos aeroportos ou nos correios.
Além das fiscalizações diárias, o Ibama está realizando operações em conjunto com outros órgãos, como a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público, a fim de intensificar o combate ao tráfico ilegal de animais e plantas. Durante a operação Hermes, realizada no terminal de cargas do Aeroporto Internacional de São Paulo, foram apreendidos filhotes de peixes ornamentais com documentação fraudulenta. Esses animais estão atualmente em quarentena no Aquário de São Paulo.
Entre as cargas apreendidas nas operações do Ibama, destacam-se peças de madeira nobre e cobiçada para fazer instrumentos musicais, disfarçadas de artesanato; cocares, que carregavam penas de aves em extinção; pepinos do mar, barbatanas de tubarão e bexigas de peixes utilizadas para fazer sopa. Todas essas apreensões são resultado de infrações e crimes previstos na legislação nacional e em acordos internacionais.
Além do impacto negativo na biodiversidade e na conservação das espécies, o comércio ilegal de animais e plantas também apresenta riscos para a saúde pública. A introdução de espécies exóticas pode resultar na transmissão de doenças que afetam não só a fauna brasileira, mas também as comunidades humanas.
O transporte e a comercialização de cerca de 40 mil animais e plantas em risco de extinção são proibidos e configuram crimes. Mesmo no caso de produtos permitidos, é necessária a apresentação correta da documentação para evitar problemas durante as fiscalizações realizadas pelo Ibama em parceria com outros órgãos. As penalidades para esse tipo de crime são comparáveis às do tráfico de drogas, mesmo quando o produto em questão é utilizado como alimento.
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