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Sem chuva, nível do Guaíba começa a baixar e orla de Porto Alegre amanhece com 'cara de cartão postal'

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Após enchente histórica, Porto Alegre amanhece com sol entre nuvens

Depois de uma quarta-feira de chuva forte, que fez com que o Guaíba transbordasse e atingisse o maior nível desde a enchente de 1941, Porto Alegre amanheceu com sol entre nuvens nesta quinta-feira. O nível do Guaíba voltou a cair e chegou a 2,89 metros às 7h30, ficando 11 centímetros abaixo da cota de inundação.

O retorno à normalidade

O coronel Evaldo Rodrigues Júnior, coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre, avaliou a situação e afirmou que o Guaíba estava voltando ao seu curso normal e reduzindo em declínio.

"O Guaíba com cara de cartão postal novamente. Tranquilo, voltando ao seu curso normal, reduzindo, em declínio. Estamos em uma cota de 2,90 metros, com possibilidade de baixar ainda mais", afirmou o coronel Rodrigues.

Previsão meteorológica

De acordo com a Climatempo Meteorologia, a previsão para esta quinta-feira é de tempo firme na maior parte do estado, com possibilidade de chuva fraca apenas no Norte, em cidades como Passo Fundo, Erechim e Frederico Westphalen.

Entretanto, o alerta fica para os ventos fortes que ainda podem ocorrer por causa do ciclone extratropical que se formou no mar e já se afastou. Porto Alegre e regiões próximas, como a Região Metropolitana, Litoral e Serra, podem sentir rajadas de vento de até 70 km/h.

Estragos causados pela chuva

Apesar da melhora no tempo em relação à chuva, ainda é possível ver os estragos causados por ela em algumas áreas da orla do Guaíba. Lama, vegetação destruída e poças d?água ainda podem ser vistas na orla. Além disso, em alguns bairros da Zona Sul de Porto Alegre, ainda existiam pontos de alagamento pela manhã.

A situação também era complicada nas ilhas, onde casas ainda estavam alagadas e moradores precisaram passar a noite com os móveis erguidos para evitar maiores danos. Algumas pessoas acamparam na beira da BR-290 ou dormiram dentro de seus carros para não se afastarem de suas casas.

Mônica, uma moradora da região das ilhas, relatou a situação precária vivida pelos moradores. "Está bem complicado. Frio, movimento dos carros. Desde sexta-feira estamos sem energia elétrica, e há dois dias sem água", disse ela.

Acolhimento e doações

Até o momento, 173 pessoas estão acolhidas em abrigos do município. A Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, recebe 100 moradores, enquanto o ginásio do Departamento Municipal de Habitação abriga 54 pessoas, no bairro Santana. Além disso, o Instituto Educacional Infantil São Francisco, na Ponta Grossa, e a Escola Estadual de Ensino Fundamental Custódio de Mello, na Vila dos Sargentos, também estão abertos para acolher moradores.

Aqueles que desejarem ajudar as famílias atingidas pelas cheias em Porto Alegre podem levar doações no Centro Administrativo, localizado na Rua João Manoel, 157, no Centro da cidade. Alimentos não-perecíveis, produtos de higiene pessoal e de limpeza, ração para cães e gatos, além de colchões, são as principais necessidades. O horário de atendimento é das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Impacto nos níveis dos rios

Apesar da diminuição da chuva, o nível dos rios pode continuar alto na região de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Isso acontece porque toda a região é banhada por rios que percorrem centenas de quilômetros antes de desaguar no Guaíba. Além dos rios Jacuí, Caí, Sinos e Gravataí, o Guaíba também recebe água de diversos arroios das cidades vizinhas.

A conexão do Guaíba com a Lagoa dos Patos, ao Sul, também é relevante. O curso natural da água é seguir pela lagoa até chegar ao Oceano Atlântico, em Rio Grande. Portanto, a chuva forte no norte do estado pode causar enchentes no sul, em cidades como Pelotas, Rio Grande e São José do Norte.

Os ventos também desempenham um papel importante nessa situação. Se os ventos vêm do norte ou noroeste, ajudam a água a sair para o mar. Porém, se estiverem soprando do sul, seguram a água dentro da lagoa, do Guaíba e dos rios e arroios da Região Metropolitana, impedindo a queda do nível.

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