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Rede de serviços busca acolher vítimas de violência doméstica em Corumbá (MS)

O Brasil bate recorde de feminicídios em 2022: Uma mulher morta a cada seis horas

Em 2022, o Brasil enfrentou um triste marco no combate à violência contra as mulheres. Com uma mulher sendo vítima de feminicídio a cada seis horas, o país registrou o maior número de casos desde a entrada em vigor da lei do feminicídio em 2015. Esse grave problema foi tema de destaque no programa Profissão Repórter, que abordou a questão da violência doméstica em sua mais recente edição.

A rede de serviços de proteção à mulher em Corumbá

De acordo com o Monitor da Violência, o estado de Mato Grosso do Sul lidera as estatísticas de feminicídio, com uma taxa de 3,5 casos a cada 100 mil habitantes. Entre as cidades do estado, Corumbá se destaca como uma das mais afetadas pela violência doméstica. O programa Profissão Repórter acompanhou a repórter Nathalia Tavolieri e a repórter cinematográfica Gabi Vilaça em uma investigação que revelou como funciona a rede de serviços de proteção à mulher na cidade.

Na cidade de Corumbá, quase 2 mil mulheres vivem sob medida protetiva. A Patrulha Maria da Penha é responsável por acompanhar essas mulheres, realizando visitas periódicas e atuando de forma imediata em casos de aproximação do agressor. Além disso, a Patrulha também realiza escoltas para oficiais de justiça no momento da entrega da medida protetiva.

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de violência (CRAM) é outra instituição de destaque na cidade. Todos os indivíduos, com ou sem medida protetiva, têm acesso aos serviços oferecidos pelo centro, como apoio psicológico e jurídico. Desde 2011, mais de 11 mil mulheres já passaram pelo CRAM, onde são acolhidas por uma equipe multidisciplinar e têm acesso a terapias individuais e em grupo, assessoria jurídica e visitas domiciliares.

É interessante destacar que a Patrulha Maria da Penha e o CRAM são vizinhos, o que facilita a integração dos serviços e a comunicação entre as equipes.

Mesmo mulheres que ainda não conseguiram denunciar seus agressores podem receber atendimento no centro. Segundo o "Mapa do Feminicídio em Mato Grosso do Sul", elaborado pela Secretaria da Mulher, a maioria dos casos ocorre em cidades do interior do estado, onde as áreas rurais são de difícil acesso. Para alcançar essas mulheres, as equipes do CRAM e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) promovem ações itinerantes.

Além disso, mulheres pantaneiras que não podem comparecer aos atendimentos na cidade têm a opção de receber acolhimento por telefone ou chamada de vídeo. Essa iniciativa, segundo Andréia Heinrich, é fundamental para garantir que a vítima tenha acesso aos atendimentos psicológicos, mesmo quando ainda está sob a influência do agressor.

A importância da conscientização nas escolas

Com o intuito de conscientizar as futuras gerações sobre a importância da denúncia e do combate à violência doméstica, um grupo de jovens adolescentes criou a Patrulha Mirim. Essa iniciativa, idealizada pelo Instituto Novo Olhar, recebeu treinamento da Patrulha Maria da Penha e tem levado palestras sobre violência doméstica para escolas de Corumbá.

Daiane França, uma das integrantes da Patrulha Mirim, transformou sua experiência pessoal em uma forma de incentivo e apoio aos demais jovens. Ela relata que sua mãe e sua irmã foram vítimas de violência doméstica, e compartilhar sua história e levar informações para outras crianças e adolescentes tem sido fundamental em seu processo de recuperação.

Conclusão

O crescente número de feminicídios no Brasil é alarmante e demanda ações efetivas por parte das autoridades e da sociedade como um todo. Exemplos como a rede de serviços de proteção à mulher em Corumbá e a conscientização nas escolas mostram que é possível enfrentar esse problema e buscar a redução desses números assustadores. A luta contra a violência doméstica e o feminicídio é de extrema importância, e é preciso unir esforços para garantir a segurança e o bem-estar de todas as mulheres do país.

Informações úteis:

Patrulha Maria da Penha de Corumbá e CRAM
Telefones: (67) 3907-5479 / (67) 99946-2120
Endereço: Rua 15 de novembro, 659 - centro de Corumbá

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